Desde 2022, com o lançamento público do ChatGPT, todo mundo foi tomado pela avalanche do tema da Inteligência Artificial (IA) ou Artificial Intelligence (AI) em inglês. uma área da ciência da computação que busca criar máquinas capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, como entender linguagem, reconhecer imagens, tomar decisões e aprender com dados. Sua origem remonta à década de 1950, com pioneiros como Alan Turing, que propôs o Teste de Turing, e John McCarthy, que cunhou o termo "inteligência artificial" em 1956. Hoje, a IA está presente em diversas áreas do cotidiano, como redes sociais, aplicativos, nos jogos eletrônicos e nos carros autônomos, oferecendo benefícios e apresentando desafios éticos, sociais, legais e de privacidade.

E a Novonor? Quais iniciativas já estão em andamento?

Diversas iniciativas já estão sendo implementadas na Novonor. A primeira iniciativa, foi na Odebrecht usando os conceitos de aprendizado de máquina e algoritmos de classificação, sendo destaque na revista O Empreiteiro. Usando os recursos de IA, o time de Inovação da Odebrecht fez um algoritmo que classificou de forma automática todos os trabalhos do Prêmio Destaque, de modo a facilitar a sua busca. Há também a Olívia (OEC Levando Interação Via Inteligência Artificial), um chatbot disponível no Teams e IntraOdebrecht, que usa processamento de linguagem natural (NLP) e IA Generativa para responder perguntas em português, inglês e espanhol, e contextualizar respostas com base na localização do usuário. Olívia, um trabalho em parceria com a startup Inbot, rendeu à Odebrecht o prêmio de melhor projeto de IA do ano da comunidade Global CIO.

Em 2024, a Novonor lançou o Teo, outro chatbot de IA generativa em parceria com a Inbot, treinado com o conteúdo de Dr. Norberto Odebrecht, capaz de responder sobre os temas abordados e citar frases dele. Tanto Olívia quanto Teo utilizam "guard rails" para garantir que respondam apenas a perguntas relevantes para suas respectivas áreas.

Além disso, a Novonor também habilitou o uso do Copilot da Microsoft, que oferece pesquisa segura usando IA, consultando a internet e a base do ChatGPT, mas garantindo a privacidade dos dados. O uso de Copilots no Office 365 (Teams, Outlook, Word, Excel, Powerpoint) está em avaliação, permitindo interações em linguagem natural e mantendo a privacidade das informações.

A Odebrecht está avaliando duas ferramentas de IA generativa: NotebookLM Enterprise (Google) e SmartOEC (desenvolvida internamente com IA do Google). A expectativa é que a ferramenta selecionada permita acelerar a análise de propostas, licitações e contratos, ou quaisquer outros documentos que sejam anexados. Outro projeto em avaliação é alimentar uma IA generativa com mais de 20 mil atestados técnicos de obras concluídas, para agilizar a verificação de habilitação técnica em editais. Por fim, a solução fiscal da Novonor, Avalara, também conta com um chatbot de IA para esclarecer dúvidas, perguntas sobre funcionalidades, explicação de rotinas passo a passo e apoio na resolução de problemas na utilização das soluções.

E o que mais vem por aí?

A última fronteira lançada em relação a IA é a Agentic AI, ou Agentes de IA, que não apenas geram conteúdo, mas também interagem com aplicativos e telas. Isso permitirá à IA realizar tarefas como agendar reuniões com pautas e identificar inconsistências em sistemas ERP. Agentes de IA podem identificar oportunidades, estabelecer objetivos e coordenar recursos para alcançá-los. O ERP Oracle Cloud, que será adotado pela Novonor, já possui alguns recursos de agentes de IA nos seus módulos.

O objetivo final da IA é atingir a Inteligência Artificial Geral (AGI), que seria capaz de entender, aprender e aplicar conhecimentos de forma semelhante aos humanos, operando independentemente e tomando decisões.

Tem algum perigo nessa novidade?

Embora a IA ofereça grandes benefícios em eficiência e otimização do trabalho, seu uso descuidado pode apresentar riscos relacionados à proteção de dados, direitos autorais e responsabilidade por danos. Ao usar sistemas de IA, é crucial não inserir dados pessoais ou confidenciais da empresa em ferramentas públicas, pois as informações podem ser visíveis para os provedores ou outros usuários. Textos e imagens gerados inteiramente por IA não podem ser protegidos por direitos autorais, sendo importante a transparência sobre o uso da IA.

A responsabilidade por acidentes ou danos resultantes de produtos criados com IA recai sobre o usuário, não sobre o fabricante do sistema. Portanto, é fundamental verificar minuciosamente os resultados gerados, especialmente em aplicações críticas e antes de publicar ou compartilhar conteúdo, pois ela "alucina". Além disso, a IA está sendo utilizada por cibercriminosos para criar e-mails de phishing realistas, códigos maliciosos não detectáveis por programas convencionais e notícias falsas com deepfakes. A conscientização e a cautela são essenciais para usar a IA de forma segura e ética.

Autor: Ygor Silva Cezar - Head de TI na Odebrecht Engenharia & Construção